quarta-feira, julho 13

Esquina

Ela chegou na esquina dos ventos, onde por ela passam alíseos, monções, brisas, que a empurram para todas as direções e ela não sabe pra onde ir. Ela estava certa de sua trajetória, estava certa do tempo ameno que fazia poucos minutos atrás, mas tudo mudara. Surgira a dúvida com sementes que os ventos por lá semearam ao redor da menina.
Ela fechara os olhos, perdida em si mesma, abraçando o próprio corpo para se proteger do frio. Então uma mão segurou a sua, mas ela não quis ver. Tinha medo do que poderia acontecer. Alguém a guiava para algum lugar onde os ventos não arranhavam mais seu rosto. Ela sentiu o frio passar e o vento acariciar sua face, seus lábios, sua cintura...
Quando ela abriu os olhos a lua se escondeu, ocultando o rosto de seu guia. Ela sorria para a sombra que ela temera. Ela sorriu para si mesma, beijando o guia sem um rosto, enquanto a lua lhe roubava sua atenção, seu guia também se foi, lhe deixando uma ponta de saudade, deixando aos seus pés uma semente rasgada de um verde tímido e vivo que não esperava nascer.