quinta-feira, janeiro 6

Certas palavras

  Meu coração não bate como o seu bate porque a armadura dele é diferente da armadura do seu. É ela que controla todo o calor que emana dele, o calor que o ar dos meus pulmões precisa para a minha voz sair  mas meu coração é uma marionete que não pode gritar o que sente e principalmente dizer o quanto você me faz bem. 
 Eu queria que o grilo feridasse o silêncio da minha voz...
    Eu não respiro como você respira porque a minha freqüência é mais baixa que a sua. O ar que respiro é pesado demais para os meus pulmões e leve demais para expulsar essas palavras, covardes demais para se atirarem. Eu te peço desculpas por isso.
  Às vezes quando me olha eu me esqueço que existo. É então que a minha boca se abre mas as palavras não saem porque a necessidade é outra. Meu fôlego percebe que seus lábios buscam, desesperados, o calor dos meus.
  
Será que o meu silêncio não basta? Terei que ouvir o seu também? E a sua atenção e paciência? Eu preciso delas. Eu te dou as minhas. Preciso ouvir a sua voz sintonizando aquelas palavras, faça a minha pele absorvê-las e ecoar por todo o meu corpo. Repita todos os dias porque a memória do meu coração é curta. Quebre essa armadura. Quebre esse silêncio.

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