quinta-feira, julho 26

A Voz do Vento

  Meu canto não cantou a minha canção... No descuido do acaso perdeu a minha voz em algum canto da sala de estar, onde o vento a achou e a guardou a fim de ouvi-la chorar para si. Fazendo dela sua canção de ninar.
  Foi lá fora então que a chuva salpicou a janela do quarto. Meu olhar apático encontrou meus passos descalços sendo arrastados até a janela para ver a chuva refrescar a terra, para ver que lá fora tinha movimento. Enquanto tudo aqui dentro ia ficando seco.
  Eis que surge um par de lágrimas salinas que cismam em continuar a fazer de meu rosto, um grande escorrega, desses de parquinho de criança.
  Nesse momento meus olhos se fixaram em um ponto exato no canto da parede, por nenhum motivo.
Então, foi de repente, minha mente ficou branca.  nenhuma imagem. eu olhava para a parede. Eu olhava para o nada e o nada olhava de volta para mim.
  Eu abro a janelo e grito muda para o vento:
  "Por que você fez isso comigo?"
  E ele se pôs a sussurrar:
  "Porque você privou a tua voz de ser livre"

Nenhum comentário:

Postar um comentário